Essa semana a mídia maranhense ganhou destaque nacional. A rebelião no presídio São Luís, no complexo Penitenciário de Pedrinhas e a consequente morte de 18 pessoas, marcou o cenário midiático. O que muitos não sabem é que inúmeros trabalhos são realizados com o objetivo de resgatar e reintegrar os presos à sociedade.
Exemplo disso foi a aula de Antropologia Teológica do curso de Teologia do Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA) realizada na segunda feira, dia 7, na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ-ANIL). O objetivo da aula era visitar os presos, juntamente com os membros da pastoral carcerária e da Fraternidade “O caminho”.
Os estudantes ficaram das 9 até as 11 horas junto aos presos, no horário do banho de sol. Acompanhados pela professora da disciplina, irmã Bayse, viviam, na prática, aquilo que acompanham na teoria. Para a professora “o ser humano é filho e criatura de Deus. E Jesus Cristo nos ensina a descobrir a dignidade de cada pessoa.” Afirma a religiosa: “é necessário olhar as pessoas com o olhar de Jesus que transforma o ser humano.”
Para a estudante, Graça Rosa, a visita a fez compreender muitos problemas carcerários de nosso país. Segundo ela “qualquer cidadão infrator da lei, de acordo com a constituição, é privado de liberdade e deve ser julgado segundo as leis da sociedade”. “O papel da religião deve ajudar na reintegração social”. E lembra que: “a Misericórdia de Deus abraça a todos e nos pede constante conversão”.
O coordenador da pastoral carcerária da Arquidiocese de São Luis, Anderson de Moraes Silva, também conhecido como irmão Boaventura, afirma que o papel da pastoral é tentar introduzir um pouco de humanidade: “a pessoa encarcerada perde valor, dignidade e não podemos ser ingênuos frente às pessoas das quais ficamos frente a frente, nem muito menos aos problemas de políticas públicas” afirma Boaventura.
Você conhece o trabalho da Pastoral Carcerária?
A Pastoral Carcerária é a mais gratuita de todas as pastorais. Ela se inspira no amor e na vida de Jesus que vem salvar sem nada pedir em troca. Assim, a Pastoral Carcerária procura (ser) a presença de Cristo junto ao mundo do cárcere.
As perguntas que a Pastoral se faz são: “O que Jesus faria? O que Ele diria? Como trataria o preso? O que diria às autoridades encarregadas de cuidar dos presos?”.
A Pastoral Carcerária, através de seu testemunho, busca promover a vida, e não deixa a Igreja nem a sociedade se esquecerem de que o encarcerado é gente e filho amado de Deus, por isso contesta o tratamento que lhes é dado.
Texto: Ayrton Frank
Revisão: Rodrigo César
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