“Voltai-vos para nós Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmaste! E aqueles que a cortaram e a queimaram vão perecer ante o furor de vossa face.” (Salmo 79).
Mais do que um tempo de preparação para o Natal do Senhor, o tempo do Advento quer ser na vida do cristão um tempo de expectativa, esperança e renovação, como significa o seu próprio termo: vinda, chegada. Nem mesmo chegou o mês de Dezembro, o comércio já se armou com o seu arsenal de luzes e presentes, em nome do “deus lucro.” Mas sabemos ou precisamos ainda lembrar que o Natal promovido pelo capitalismo, não deve ser o Natal do Senhor, no qual Deus assume nossa condição humana para nos elevar a sua condição divina. “Tão humano que só poderia ser Deus.”
O tempo do Advento é o início de um novo ano litúrgico, esse ano a Igreja lê o Evangelho de São Mateus (ano A). As duas primeiras semanas a tonalidade recai no mistério da vinda definitiva e gloriosa do reino da qual somos chamados a aguardar vigilantes, de lâmpadas acessas. Os outros dois domingos recordam a primeira vinda de Cristo: a espera dos profetas e seu incansável anúncio. Lembramos também de Maria, José e João Batista.
Não podemos nos esquecer que toda celebração cristã, é em nossa vida pessoal, em nossa comunidade e em nossa história, permanente vinda do Senhor que é Emanuel: Deus Conosco. O Senhor está sempre vindo até nós amorosamente tanto nos acontecimentos comuns como nos acontecimentos corriqueiros do dia a dia, trazendo vida e salvação.
Duas figuras, entre tantas outras são fundamentais para compreender esse tempo: Um vigia que no meio da noite espera ansiosamente para o dia raiar e o agricultor em tempos de seca espera pela chuva que traz vida e faz crescer as sementes. Nesse contexto, as últimas palavras da Bíblia, no livro do Apocalipse: Vem senhor Jesus! Demonstra o anseio da Igreja pela restauração e renovação de todo o universo em Cristo. Renovação que já ocorreu, uma vez por todas na Cruz e ao mesmo tempo ainda não. Uma tensão escatológica na qual todos os cristãos estão envolvidos.
Experimentamos muitas vezes um mundo de sombras, um inverno gélido, uma seca devastadora. Mas sabemos que estas situações não são o ponto final de nossa história. Isso é viver o Advento, nos preparemos para o Natal desse modo, e iremos descobrir a graça de Deus atuante na história e no universo. Um eficaz Advento e um feliz Natal cheio da vislumbrante Gloria de um Deus menino!
Ayrton Frank
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